O Concurso Literário Macega Poética é uma iniciativa conjunta do selo de livros artesanais Olaria Cartonera e do Kingston Pub, e sua realização contou com a contribuição do júri formado por Luana Raquel, Sergio Batistel e João Simino.
Dadas as limitações de todo tipo, especialmente financeiras, desde o início, a ideia sempre foi a de apenas movimentar a cena poética da cidade de Ponta Grossa, sem qualquer pretensão de brilhos e grandes louros.
Nesta primeira edição, fizemos tudo - da concepção do concurso, elaboração de regulamento, divulgação, convite ao júri, avaliação dos poemas e divulgação do resultado - em menos de um mês, quer dizer, aceitamos o risco dos prováveis erros em razão da possibilidade concreta de um acerto maior.
Consideramos que, para além da simbólica premiação - consumação no bar, kit de livros, publicação na Trajanos -, o interesse na participação e existência do concurso se dá em função da expectativa de um jogo: transformar a escrita e sua publicidade em um mecanismo lúdico, que engaje e divirta, retirando o cenho franzido da face do/a poeta ou aspirante a. No final desse jogo, todos os participantes ganham, uma vez que alguma luz social é voltada para a poesia, resgatando um pouquinho de seu espaço público, cada vez mais exíguo.
O poema de Egerson S. Pavão que leremos a seguir foi o vencedor do concurso, cujo prêmio incluiu uma publicação nesta revista. Esse foi um dos três selecionados pelo júri e, na fase final, foi o mais votado em júri popular pelo Instagram.
ALITERADA E DESNUDA
Por Egerson S. Pavão
Escrevo,
Cravo a caneta em qualquer papeleta,
Escravo?!
Palavras,
Palavras,
Peladas, são as melhores!
Não vestem carapuças, carcaças,
Nem máscaras,
São avulsas, dançam valsas.
Soam folhas, saem falhas, saem farpas
São músicas encantadas.
Cantam escritas
Cantam aliteradas.
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