top of page
Foto do escritorRevista Trajanos

Três poemas de Fabiano Favretto




Sem graça


Circo,

Num círculo

A lona,

E longe

A grade,

Um rugido,

Um leão.


Circo,

Num grito

A cena

De sangue:

Coitado,

O palhaço...

Oh, não!






----






Verde musgo


A minha janela cujas madeiras

Foram surradas pelos dias,

Criou com resiliência

Musgos em suas ombreiras.


Olhei com certa curiosidade

Até onde os musgos apareceriam,

E vi que de verde toda a canaleta cobriam;

A janela estava travada com propriedade.


De que maneira havia ignorado

O avanço desta força oxidante?

Percebi estar diante

Da ausência do abrir, jamais executado.


Que falta me faz essa liberdade!

Que falta faz o ar que não mais entra.

O verde-musgo é a ferida que hoje marca

A minha janela nunca mais aberta à tarde.






----







Letras Capitãolares


Flores são belas

Onde quer que elas nasçam.

Ruas estão em algum lugar

Ainda que não levem a lugar algum.


Brincadeiras sem graça alguma

Oneram o sentido da piada:

Leis são somente palavras

Sem qualquer validade.

Onde reside o rei cego?

Nada contra a correnteza da vida,

Afoga-se em leite condensado.


Rezemos para que larguem

Os ossos que talvez sobraram.





----




SOBRE O AUTOR


Fabiano Favretto, 28 anos, é formado em Design Digital. Considera a escrita como um hobby, o qual executa há mais de 9 anos. É letrista e compositor da Banda Fantasmas do Velho Oeste, da qual também faz parte tocando viola caipira. Há mais de três anos produz materiais alternativos com poesias e textos autorais, totalizando mais de trinta volumes já lançados. Atualmente produz uma série de fanzines com textos próprios e materiais de artistas visuais da cidade de Campo Largo e Curitiba. Produz também textos e artigos voltados para as áreas de Design de Produtos Digitais e Experiência do Usuário, áreas estas em que atua efetivamente.






131 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


Post: Blog2_Post
bottom of page