Minha arte profana
Sou visto e ignorado
Pelos olhos da incompreensão.
Dito um louco desvairado,
Propagando perversão!
Minha arte tão profana
Dissemina o que se evita;
Da ferida humana
À minha alma aflita!
Versos de ironia
E alguns de heresia,
Nada além de agonia!
A dor que é poesia.
Se me perde em um pesar momentâneo
Onde confundo com o riso em choro,
Sou um enigma contemporâneo,
Decifra-me ou te devoro!
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Um tanto controverso
A beleza das palavras tristes me intriga,
Como pode agradar o que tanto fere?
Como se apegar ao que te castiga?
Não vejo como esperar alegre que prospere!
Entre dores e arrependimentos
Questiono incansavelmente!
Desejo a morte de tais sentimentos,
Mas são eles que me matam lentamente.
Preencho agora essas linhas em hipocrisia:
De tanto escrever
Após tanto sofrer,
Descobri que tristeza é poesia!
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Poemar
As músicas que tocam sobre mim em esquecimento,
Os poemas que contam meu sofrer;
O que move meu sofrimento,
Memórias rotas de meu viver!
Rimas dão ritmo à minha tortura!
Uma beleza sádica que ensino a contemplar.
Quando algo me machuca por ventura,
Faço meu trabalho quase popular.
Atrás do muro inexpressivo
Esconde-se o oceano em tempestade!
Um bloqueio tão massivo,
O curto limite da minha liberdade!
Cabe ao poeta então poemar.
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SOBRE O AUTOR
Escritor desde 2014, onde dei forma a primeira poesia do livro "Desconserto: O verso que não coube em mim". Criador do projeto literário "Entre Linhas" que foca na divulgação e união de autores de obras paranaenses. Escritor de outros gêneros, como fantasia e mistério, frequentemente usando Curitiba como cenário, demonstrando a riqueza do ambiente curitibano. Busco um misto de emoções nas minhas obras, criando um caráter introspectivo, refletindo o autor na obra. Além do estudo constante, necessário para tornar a escrita profissional, tento ensinar outros escritores, na tentativa de aumentar a importância da cultura regional.
Eu amei 🥰✨