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Foto do escritorRevista Trajanos

Três poemas de Renné Lotoski



Loucura explícita



Fascina-me o som das árvores quando venta,

É como um lamento selvagem em rebeldia!

O grito de quem não aguenta,

Um grito de valentia!


Sou o meio termo entre loucura e sanidade,

O que há entre os extremos.

Se julga por vanidade,

Eu, por muito menos.


Será culpa então, de um parafuso solto?

Há de ser, o culpado encontrei!

Se posso ser louco,

De outro jeito não serei!





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Declarações declamadas


Vai da alma dizer

O que realmente por ti sinto,

Pois a boca tão humana,

Com palavras não é capaz.


E os floreios improvisados,

Nada mais são do que a tentativa,

Mensurar o imensurável!

Tento e falho com louvor!


Pequeno é amor que se mede,

Fraco é o amor que se explica

E te garanto, o meu não é assim!

O que resta é acreditar.


A criatura transitória que tu és,

Entre humano e anjo,

Tira minhas razões por emoções,

Tal como faz nossa linda filha!


Todas as manhãs são belas ao teu lado

E todo dia é de alegria!

Pois motivos tenho para ser assim,

Tenho você comigo, minha lua angelical.




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Atemporal



A roda que nos leva para frente

É a mesma de milênios atrás,

Movida pela ganância da gente

Que nunca se satisfaz.


O progresso é tão retrógrado,

Impensado e impulsivo;

Mas é de geral o agrado

De seu fruto destrutivo.


O que nos mantém respirando

Está com os dias contados,

E contados estão os trocados,

Que pendem nos bolsos sangrando!


Novos ares vêm em mau presságio

Do fim de um tempo que já acabou!

E os sobreviventes do naufrágio

Tentam se agarrar ao que sobrou,

Se é que sobrou...




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SOBRE O AUTOR


Em cada poema é possível perceber que há um autor que caminha entre temas variados, do mais introspectivo às críticas do mundo ao redor, tirando poesia de cada detalhe do cotidiano, dando palco ao que passa despercebido. As peculiaridades que possui nos pontos de vista servem de base, transformando pensamentos "loucos" e inquietos em arte, dando forma ao processo criativo. Além dos sentimentos que via dificuldade em expressar, encontrou na escrita seu modo de protesto e crítica, pois a arte é, antes de tudo, protesto; vê o ato de escrever como uma terapia, a própria voz demonstrada em sua forma mais pura.

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