Prelúdio da luz
A luz entrando pela minha janela
naquele dia triste, quando nada deu certo.
A luz do Sol na minha vista
enquanto vou dirigindo pro trabalho.
A luz gentil do entardecer,
que insiste em se meter na minha tristeza.
A luz dos olhos do meu filho,
que afasta a sombra do meu juízo;
e a luz que vem do seu sorriso,
que me abraça e me deixa tranquilo.
A luz que espanta o passado
e ilumina algo novo:
um caminho nunca antes traçado.
A luz que há no fim do túnel
não mais brilhante será
que as luzes, que vêm e que passam
o dia a me iluminar.
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Alvoreço Se eu me conheço, me esqueço. Já se me esqueço, me aqueço. Não me amanheça o destino, eu apareço e o teço. Tenho que abrir minha cabeça, mas não esquenta, tem gesso.
Se tiver tudo que vale na vida não bota preço. E quando estiver mal na subida,
deixa que eu mesmo
desço.
A minha alma à minha causa ofereço. Mas à ordem da minha casa obedeço. O mais importante começo, é quase sempre inocente tropeço
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Venda
Tô me vendendo. Quem quer me ter? Eu juro que eu valho muito, Acho que mais de mil reais. Ou sei lá, talvez nem tanto também; se me der tranquilidade, já fico feliz. Mas ter que me vender não é tranquilo. Na verdade é uma merda. Falando sério, assim, acho que não dá pra me comprar. Ou se quiser, que me compre do jeito que eu sou, não como eu me vendo. Cansei de me vender bonitinho, todo certinho e legal. Eu sou legal e certinho sim, mas às vezes não. Que saco ter que ficar provando que sou. Quer saber também? Vão tomar no cu. Azar de vocês, que não me querem; eu me tenho, e é bem bom.
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SOBRE O AUTOR
Cauê Bueno Marques
É um autor paranaense de 20 anos, graduando em direito pela UFPR. Tendo começado sua trajetória poética em 2018, aos 17 anos, já possui mais de 130 poemas registrados. Além da poesia, é apaixonado por música, tendo suas primeiras inspirações poéticas - como Chico Buarque, Caetano Veloso e Vinícius de Moraes - lhe sido apresentados por seu pai, o músico e compositor Cristiano Marques. Ao se mudar de Sergipe para o Paraná, passou a ter contato mais próximo com a poesia paranaense por meio dos poetas Diogo Marques e Edival Perrini, tendo ambos servido como novas referências. Quanto à publicação de sua poesia, tem trabalhado na edição de seu primeiro livro, cuja publicação deve ocorrer até o final de 2021, além de atualizar semanalmente seu perfil poético no Instagram, @indivisiveldualidade. Trabalha também em parceria com o poeta, músico e fotógrafo Vinícius Posansky, com quem frequentemente troca ideias e inspirações.
Só tenho orgulho e admiração desse grande amigo e poeta. Parabéns, Cauê, esse é começo da grandeza literária que você ainda vai alcançar.